Pai, médico dermatologista e campeão mundial de vela, com muitas histórias para contar.
Guilherme sempre teve paixão por barcos, desde a infância. Seu pai percebendo este desejo propôs uma troca: durante a semana ele teria que trabalhar ao lado dele em seu consultório e nos fins de semana ele poderia frequentar o clube e praticar seu hobby. Isso foi essencial para a sua formação profissional como um dos maiores nomes da dermatologia no Brasil.
Em 1988, Guilherme recebeu o convite para velejar ao lado de Jorge Zarif, atleta olímpico de vela na categoria Star, recém chegado das Olimpíadas de Seul. Ali nascia uma grande parceria.
Em 2010, depois de passar alguns anos trabalhando só em seu consultório, Guilherme ouviu o conselho de seu paciente, o também velejador Robert Scheidt. Robert disse que ele deveria voltar a velejar pois tinha filhos e precisava passar o exemplo do esporte, assim como seu pai sempre o fez. Foi então que comprou o barco que Torben Grael venceu a olimpíadas de 1996 e foi competir o mundial ao lado de Alan Adler
“Na vela eu encontrei o contato com o mar, com a água, com a liberdade e com o meu próprio ser. Quando eu estou velejando ou em meu consultório, a necessidade da concentração me dá todo o foco que preciso para alinhar positivamente meu raciocínio.”
“Jamais desista de seus sonhos. Eu não entrei na vela para ser um campeão mundial, acredito que fui por uma questão emocional, de valores, histórias de vida, de luta e de persistência, e é isso que podemos passar aos filhos.
Tanto na vela quanto na vida, planejamento e foco fazem com que você tenha sucesso. Chegar no topo de um esporte profissional, representando o seu país e levantando um troféu não tem preço, é uma emoção semelhante ao nascimento de um filho, são correlações naturais.”
Olhar meu consultório como um grande barco ajuda muito. Ser um profissional reconhecido faz com que eu seja um velejador reconhecido, pois você começa a lidar com pressões cada vez maiores, vai galgando degraus na vida e vai crescendo. O principal disso tudo é não perder o foco humano, é muito inspirador ver meu pai aos 84 anos fazendo aquilo que ele ama todos os dias e assim será até o fim de sua vida. Esse o exemplo que eu quero ser para os meus filhos também
Meu pai me inspira, aos 84 anos ele exerce a medicina como sacerdócio até hoje. Por mais que a gente não queira repetir os modelos acaba percebendo semelhanças, hoje entendo como aprendizado de vida toda a ausência e os nãos que ele me falou e agradeço por isso, pois sei que ele tinha razão.
Eu, como médico, pude acompanhar de perto o parto dos meus três filhos, Luiza, Gabriel e Catarina e a oportunidade e surpresa que a vida me deu de ser pai recentemente e de como ser pai de formas distintas e perceber como você pode ser melhor para cada um deles, tudo o que a gente faz com amor e com paixão tem sucesso, independente do que você faça, faça com amor.”