#19

MARIA
LUIZA JOBIM

Entre o piano e a floresta.

O universo poético Maria Luiza Jobim é feito de luz e som. Cantora, compositora e produtora musical, ela passou a vida entre ambientes urbanos, estadias em Nova York, as praias do Rio e uma reserva florestal de Mata Atlântica, que é refúgio da família na serra fluminense. A sua primeira experiência profissional aconteceu aos 7 anos, quando gravou ao lado do pai, Antonio Carlos Jobim, "Samba de Maria Luiza" e "Forever Green". Desde pequena, portanto, vive um carrossel de sensações e seu trabalho reflete bem essa sinestesia, com canções transitando entre cores, aromas naturais e sentimentos puros. “Música, para mim, é tempo e harmonia. É uma forma de retribuir todo o amor que recebi e dividi-lo com o mundo.”

Historia Maria Luiza Jobim
Historia Maria Luiza Jobim

Pouco antes da pandemia, Maria Luiza lançou o seu primeiro álbum solo, “Casa Branca”, encantando público e crítica com a música homônima e o videoclipe produzido com imagens pessoais da sua infância. Era nessa casa branca, no Jardim Botânico, que aconteciam os ensaios musicais de seu pai, sempre espontâneos, alegres, repletos de figuras icônicas da música brasileira, nos quais as crianças também participavam e cantavam junto. E era deles que brotavam os shows maravilhosos de Tom Jobim, como uma extensão daqueles momentos mágicos, coloridos e inesquecíveis – que até hoje tocam Maria Luiza. “For all the wonderful moments we had”, ela diz, assim mesmo, em inglês.

 
Historia Maria Luiza Jobim
Historia Maria Luiza Jobim

Em 2020, a cantora foi buscar abrigo e inspiração na casa de campo que era dos pais, ao lado da filha Antônia, de 3 anos. Nessa época gravou a música “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, para a série do Netflix, “Coisa mais Linda”. E, em seguida, em 2021, produziu e lançou o single "Farol", composição em parceria com o cantor pernambucano Otto. “Uso a minha intuição como fio condutor no processo. Muitas vezes começo pelo fim. Parto de um sentimento e vejo o trabalho como um todo.”

Historia Maria Luiza Jobim
Historia Maria Luiza Jobim

Ali no sitio na serra fluminense, com um jardim amplo e perfumado, Maria Luiza vê a filha Antônia experimentando as coisas simples, como ela própria também pode desfrutar enquanto menina, repetindo a mesma vivência com a natureza que teve ao lado do pai. “Tenho memórias incríveis e me lembro das histórias fantasiosas que meus pais contavam sobre os sons da noite e as criaturas da natureza. Espero que minha filha carregue a floresta dentro dela, assim como carrego em mim.”

De fato, Maria Luiza traz em si um equinócio de memórias. Assim, cria nuances de sonoridade onírica, com a voz doce e composições que misturam produções eletrônicas com harmonias e ritmos de matrizes brasileiras. Sua música reflete uma diversa influência cosmopolita, inerente a sua história.

Historia Maria Luiza Jobim
Historia Maria Luiza Jobim

A artista estudou, por alguns anos, Arquitetura e Letras. Já foi vocalista da banda carioca indie Baleia, fez parte do Opala, um duo de música eletrônica, e recentemente compôs e gravou com Julio Secchin a música “Meu Amor”, fruto de uma alquimia artística festejada. Como boa pisciana, não gosta de bordas, prefere brincar com limites, ora encurtando distâncias, ora transbordando, ora nos provocando um mergulho entre os seus mundos. De fundo, parece estar sempre levantando uma questão ligada ao pai: quanto dura um momento? Provavelmente, o tempo que ele reverberar em nós.

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